A Terra de 2300 vai estar sofrendo as consequências do modo de vida da nossa sociedade atual. Segundo dados do 5o Relatório do IPCC publicado no dia 27 de setembro, mesmo que deixemos de emitir CO2, as decorrências das emissões de Gases de Efeito Estufa serão sentidas nos próximos séculos.

"Devido às longas escalas de tempo de transferência de calor a partir da superfície do mar a sua profundidade, o aquecimento dos oceanos continuará durante séculos. Dependendo da situação, cerca de 15 a 40% de CO2 emitido irá permanecer na atmosfera mais de 1.000 anos", coloca o relatório.

A publicação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas traz dados preocupantes e confirmam a influência do homem nas mudanças do clima, acidificação dos oceanos, elevação do nível do mar e outros sistemas terrestres. "A influência humana foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em alterações do ciclo global da água, em reduções na neve e no gelo, na média global do aumento do nível do mar, e em mudanças em alguns extremos climáticos", aponta o documento.

Segundo a pesquisa relatada, nunca houve nos últimos 800 mil anos uma concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso tão grande. "O aquecimento do sistema climático é inequívoco, e desde a década de 1950, muitas mudanças obervadas são sem precedentes ao longo de décadas a milênios. A atmosfera e o oceano tem se aquecido, as quantidades de neve e gelo tem diminuído, o nível do mar subiu, e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram", aponta o documento.

Cenários Climáticos

A partir dos estudos, o IPCC elaborou quatro cenários possíveis para avaliação dos impactos das mudanças climáticas. Até 2100, na melhor hipótese, a temperatura pode variar entre 0,3 a 1,7oC, com a elevação do nível do mar entre 0,26 e 0,55m. No pior cenário até 2100, o planeta vai aumentar a temperatura média entre 2,6oC a 4,8oC, acarretando o aumento no nível do mar entre 0,45 a 0,82m.

Além disso, é muito provável que haja mais dias quentes e menos dias frios e é de baixa confiança que as secas em escalas global aumentem. A publicação coloca que desde o último relatório em 2007, a influência humana se acentuou."Esta evidência de influência humana cresceu desde AR4. É extremamente provável que a influência humana tem sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século 20".

Confira o relatório completo!

Fonte: Sarah Bueno Motter/ Redação Planeta Verde