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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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24/09/2013

O que é o IPCC e o que esperar do relatório desta semana


Entidade afirmará que há 95% de probabilidade de que as atividades humanas sejam a principal causa para o aquecimento global e que estamos a caminho de uma elevação de 4,8ºC até o fim do século

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) foi estabelecido em 1988 e é formado por milhares de climatologistas, geógrafos, meteorologistas, economistas e outros especialistas que representam mais de uma centena de países. Em 2007, a entidade recebeu o Prêmio Nobel da Paz por “construir e divulgar um maior conhecimento sobre a mudança climática causada pelo homem e por fixar a base das medidas que são necessárias para resistir a essa crise”.

O IPCC é dividido em três Grupos de Trabalho (GTs) e uma Força-Tarefa. O GT I é responsável pela “Base Científica da Mudança Climática”, o II lida com “Impactos da Mudança Climática, Adaptação e Vulnerabilidade” e o III está a cargo de explicar a “Mitigação da Mudança Climática”. A Força-Tarefa busca melhorar as metodologias para o cálculo e divulgação das emissões nacionais de gases do efeito estufa.

É importante destacar que o IPCC não realiza as pesquisas climáticas que apresenta. Os relatórios que a entidade divulga são, na realidade, um panorama de tudo o que foi publicado na literatura científica recentemente. No entanto, esse trabalho tem imenso valor, pois traz para os governos e para a sociedade, em uma linguagem mais acessível, o que a ciência afirma estar acontecendo com o nosso planeta.

Bases Científicas

Já estão reunidos em Estocolmo, na Suécia, pesquisadores e representantes governamentais que têm como missão dar os retoques finais no relatório “Mudanças Climáticas 2013 – As bases físicas científicas”, resultado de cinco anos de trabalho do GT I e da análise de 9200 estudos, que será divulgado nesta sexta-feira (27).

Algumas das conclusões do documento já foram apresentadas, entre elas que é “extremamente provável” (mais de 95% de probabilidade) que as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, sejam a principal causa para o aquecimento do planeta desde 1950.

“É grande a confiança de que isso [as ações da humanidade] resultou no aquecimento dos oceanos, no derretimento de neve e gelo, no aumento do nível do mar e transformou alguns extremos climáticos”, afirma o documento.

De acordo com o relatório, podemos esperar uma elevação de 4,8ºC nas temperaturas até 2100 se nada for feito. Porém, se cortes ambiciosos nas emissões de gases do efeito estufa forem realizados, o aquecimento global poderá ser limitado a 0,3ºC a mais do que hoje. No último século, as temperaturas subiram cerca de 0,8ºC.

Para o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que possui membros do IPCC em seus quadros, as projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes regiões do Brasil será de 3ºC a 6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século XX.

O IPCC defende que o aquecimento global deveria ser limitado a 2ºC para que as piores consequências das mudanças climáticas, como o aumento da frequência e da intensidade dos eventos climáticos extremos, não aconteçam.

O novo documento vai também detalhar porque o aquecimento global ficou mais lento nos últimos 15 anos, fato que está sendo utilizado por céticos para questionar toda a ciência climática.

Uma das explicações é a maior ocorrência da La Niña, que resfria as águas do Oceano Pacífico. Outras variáveis naturais podem ter também um papel, como a atividade vulcânica, que dispersou partículas na atmosfera que refletem a luz do sol de volta para o espaço.

O “Mudanças Climáticas 2013 – As bases físicas científicas” contou com a participação de 259 autores de 39 países e ouviu mais de 50 mil comentários.

A previsão é de que o GT II apresentará seu relatório em março de 2014 e o GT III em abril.

O grande documento síntese de todos esses trabalhos será a Quinta Avaliação do IPCC (IPCC Fifth Assessment Report - AR5), que deve ser divulgado durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no final do ano que vem em Lima, no Peru (COP 20).

As outras quatro grandes avaliações do IPCC foram publicadas em 1990, 1995, 2001 e 2007.

Fonte: Fabiano Ávila/ Instituto CarbonoBrasil


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