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Notícias Ambientais
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Desmatamento e mau uso do solo não deixam Cantareira reter água - 16 de Setembro

Nem só de água vivem os mananciais que abastecem as cidades brasileiras. Eles vivem também de preservação. Se o meio ambiente não estiver cuidado, os reservatórios não conseguem reter a água. O Jornal Hoje foi até o Cantareira, que abastece dez municípios e mais de oito milhões de pessoas em São Paulo, e mostra que a destruição colabora - e muito - com a falta de água que o Sudeste passa atualmente.

Uma pousada de frente para uma das represas do Sistema Cantareira atraía até 200 pessoas em um fim de semana. Uma das grandes atrações eram os passeios de barco na represa. Mas o cenário antes exuberante, agora é desolador: a água foi recuando, recuando, e água agora só é vista a dois quilômetros do local.

Com a seca na região, que já dura quase dois anos, o movimento da pousada caiu e, por causa dessa mudança, dos 40 funcionários, a pousada agora só tem dez. Paulo Bonadi, dono da pousada, tem dúvidas se um dia a água vai voltar: “É muito difícil. Eu vinha investindo e acreditando no turismo próximo a São Paulo. Quando eu vi que foi por uma falha estrutural e não de natureza. Nós construímos a represa e nós deveríamos cuidar da represa”.

A embarcação em um lugar onde já foi uma represa simboliza a seca, mas também representa o descaso do homem com o entorno do Sistema Cantareira. Estimativas indicam que a região do Sistema perdeu entre 70% e 80% da mata original. Isso afetou diretamente a capacidade do Cantareira de reter água.

“São três situações distintas: desmatamento com perda da produção de água, alteração climática piorando a cada ano com chuvas e veranico, e o uso excessivo da água do manancial, que elevou um esvaziamento”, explica Carlo Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental.
As chuvas da semana passada e as chuvas de agosto foram além do esperado, mas não ajudaram tanto. O volume do Cantareira hoje é de 12,8% negativo. O reservatório usa o volume morto para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, entre 2011 e 2014, choveu 25% menos chuva no Sistema Cantareira que a média histórica. Nesse período, a capacidade de produção de água do Sistema caiu 116%.

O assoreamento também é um problema. “Essa terra exposta resseca. Quando chover mais intenso, o assoreamento acontece. Essa terra vai para o fundo da represa, que se torna uma caixa d’água cada vez menor. Além do problema de pouca água para abastecer, isso gera um problema de uma caixa d’água cada vez mais comprometida com mesmo espaço para água”.

O Supremo Tribunal Federal reconhece a relação direta entre a escassez de recursos hídricos com o desmatamento. O ministro Luiz Fux pediu aos estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo um plano para recuperar e preservar a vegetação nativa dos mananciais.

O Governo do Estado de São Paulo diz que já encaminhou propostas e que depende de um acordo entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro para consolidar a ação pedida pelo Governo Federal, mas que já está comprometido com a restauração ecológica de mais de quatro mil hectares de nascentes e matas ciliares, através do Programa Nascentes e que isso deve acontecer em até dois anos.

Confira a notícia na página do Jornal Hoje 

Fonte: Roberto Paiva/ Jornal Hoje
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